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Correia de Oliveira

Correia de Oliveira

Correia de Oliveira, político e escritor, autor de Correia de Oliveira - (União dos Palmares (AL), 26 de dezembro de 1881 - Campo Grande (MT), 24 de março de 1920) Manoel Bezerra Correia de Oliveira, filho de Esíchio de Barros Bezerra e Maria da Conceição Oliveira, nasceu no "Caípe", um sítio que ficava à margem de um riacho homônimo localizado em União dos Palmares, no dia 26 de dezembro de 1881. De família humilde, Doutor Bezerra, como era conhecido, cursou o primário em sua terra natal, no Colégio Souza Lobo, indo em seguida para Maceió onde passou a freqüentar o colégio dirigido por Manoel Leopoldino Pereira Neto, que funcionava na antiga Rua do Sol, onde também fez o curso preparatório para o ingresso no ensino superior. Em 1903, aos 22 anos, formou-se em Direito na Faculdade de Direito do Recife, em Pernambuco. Em seguida, voltou para sua terra natal, onde foi nomeado promotor público da cidade. A convite de João de Aquino Ribeiro, mudou-se para o Mato Grosso, onde exerceu os cargos de procurador geral e juiz de direito do município de Nossa Senhora do Livramento, cidade próxima a capital. Em 1906, devido a Revolução ocorrida nesse ano, foi violentamente demitido dos cargos que havia sido nomeado, tendo que deixar o Mato Grosso e voltar para Alagoas. Dotado de brilhante inteligência, dedicou-se ao jornalismo e no campo da poesia deixou admiráveis trabalhos, sendo conhecido como o primeiro poeta, cronologicamente falando, de União dos Palmares. É de sua autoria a obra "Tróia Negra", um trabalho muito importante sobre o legado de Zumbi dos Palmares, considerado por Povina Cavalcanti, a maior página escrita sobre o retrato de Palmares. Político de grande envergadura, Correia de Oliveira era uma figura bastante polêmica, mas de excelente caráter. Segundo Povina Cavalcanti, sua vida foi sempre cheia de amarguras e desilusões. Em julho de 1909, foi nomeado promotor público de Penedo, mas acabou não aceitando o cargo, sendo, em setembro do mesmo ano, nomeado juiz substituto do município de Cajueiro, outra cidade alagoana, tendo que, em março de 1910, por questões políticas, exonerar-se do cargo. Em 1912, foi nomeado comissário de polícia da cidade de Maceió, e, após bons serviços prestados na área, em fevereiro de 1913 foi convidado para exercer o mesmo cargo nos municípios de Atalaia e Viçosa, permanecendo em ambas até o final de março. Em abril de 1913, Correia de Oliveira deixou a cidade de Maceió para ser nomeado Comissário de Polícia na cidade de Água Branca, no sertão alagoano. Voltando a residir em União, Correia de Oliveira decidiu abrir um escritório de advocacia, porém, sem sucesso e desiludido com a profissão, resolveu deixar as causas jurídicas e dedicou-se a agricultura, arrendando o Engenho Santa Fé, em Murici. . Sem obter sucesso nos negócios implantados, em 1920, decidiu retornar para o Mato Grosso, onde voltaria à cidade de Livramento e passaria a ocupar novamente o cargo de Juiz de Direito do município. . Mesmo bastante doente, viaja para o Rio de Janeiro e de trem parte para Corumbá, cidade sulmatogrossense, mas acaba morrendo durante a viagem na cidade de Campo Grande, no dia 24 de março de 1920, aos 38 anos, acometido de polineurite aguda. Grande figura humana, inteligente e tido como um verdadeiro homem de bem, Correia de Oliveira nos deixou uma pequena, mas excelente obra poética, e, inclusive, um livro de contos inédito intitulado "Bromélias". Em homenagem póstuma, a municipalidade deu seu nome à antiga rua do comércio, onde fica localizada a Casa de Maria Mariá e a Casa de Cultura Palmarina. Curiosidade: Correia de Oliveira é patrono da cadeira nº 17 da Academia Alagoana de Letras. Seu lugar foi ocupado por Povina Cavalcanti que no seu discurso de posse na AAL, deu-lhe o título de "O Solitário do Caípe". Fontes de pesquisa: